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A Comunidade de Prática é formada por um grupo de pessoas com interesses comuns em um determinado assunto, que se reúnem periodicamente e estão conectados por algum tipo de comunicação virtual, para compartilhar conhecimento e aplicá-lo, estabelecer parcerias, desenvolver projetos, entre outras iniciativas. Nesse caso, o interesse comum é a visitação em áreas protegidas. O College of Forestry and Conservation of the University of Montana instituiu, desde 2013, uma parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) e da United States Agency for International Development (USAID), com o objetivo de fomentar a criação de uma rede - comunidade de prática - para educação, treinamento e pesquisa destinada a apoiar o manejo de áreas protegidas no Brasil. A parceria foi consolidada entre universidades brasileiras e dos Estados Unidos da América (EUA), e agências de gestão de áreas protegidas brasileiras. Definiu-se que o objetivo primordial dessa comunidade de prática seria a colaboração entre pesquisadores e gestores de Unidades de Conservação (UC) para o desenvolvimento de pesquisas sobre a visitação nessas áreas, além de estimular a utilização de dados e informações gerados pela parceria como subsídio para o planejamento e o manejo da visitação. O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise dos encontros desta rede, sistematizando os desafios enfrentados na estruturação e funcionamento do que se denominou Encontro da Comunidade de Prática de Visitação em Áreas Protegidas (ECPVAP). A metodologia envolveu a análise de conteúdo dos relatórios disponíveis dos Encontros. Dentre os desafios elencados nos encontros, destaca-se o estabelecimento de estratégias para uma maior conexão, envolvimento, comunicação e relacionamento entre os visitantes e habitantes das áreas de abrangência das UC. No que diz respeito às linhas de atuação da comunidade, o tema referente ao “manejo” foi a que apresentou uma maior diversidade de tópicos que devem ser trabalhados. Ficou evidente que os objetivos e a função da comunidade estão bem definidos. Contudo, os membros do grupo continuam refletindo e buscando caminhos para superar alguns desafios para executar o planejamento das ações. Com relação ao perfil da comunidade, identificou-se que há maior proporção de participantes da região Sudeste, indicando a necessidade de se ampliar a participação de pesquisadores e gestores de outras regiões do país. Constatou-se que a participação de gestores aumentou entre o primeiro e terceiro encontros, mas diminuiu nos dois encontros seguintes. Quando houve maior presença de gestores, questões sobre o manejo foram o foco. Por fim, destaca-se que dentre os temas elencados para atuação conjunta entre gestores e pesquisadores, não houve aprofundamento sobre os temas da educação e interpretação ambiental. |