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O texto literário não nasceu, certamente, com objetivos pedagógicos específicos, o que não significa dizer que, frente às questões humanas, seja neutro. Se as epopeias homéricas eram veículos dos valores da aristocracia grega, só posteriormente converteram-se em meios para o estudo desses valores e da própria língua grega. Uma vez convertida em disciplina escolar, a literatura passou a funcionar como instrumento para o alcance de objetivos exteriores ao fazer literário, como o deleite, a instrução e, atualmente, o letramento literário. Ao longo do tempo, o que vem orientando essa prática pedagógica? Uma “teoria formal” das funções da literatura ou uma “teoria moral”? Nossa discussão pode empregar outros termos, mais conhecidos. Assim, para a primeira acepção, pode-se evocar a conhecida expressão “arte pela arte” e, para a segunda, com as devidas atualizações, “arte comprometida” e “arte engajada”. Este trabalho é uma discussão preliminar sobre os pressupostos do ensino de literatura no Ensino Básico. Fundamenta-se em autores como Platão (2006), Aristóteles (1993), Horácio (2005), Candido (2002), Aguiar e Silva (1976), Zilberman (1990), Cosson (2007), Demo (2006) e Sartre (1984).PALAVRAS-CHAVES: Literatura e ensino. Engajamento. Arte pela arte. |