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O processo de invasão e colonização do Brasil ocasionou aos povos nativos perda de numerosa população, de grande parte da diversidade cultural e de extensos territórios. Especialmente no Nordeste, onde iniciou esse processo, tais fatores contribuíram para as mudanças socioculturais das populações indígenas, hoje chamadas de “miscigenadas”. Todavia, com a autoidentificação no Censo de 2010, é crescente o número de comunidades que tem integrado o movimento indígena por reconhecimento e direitos. O desenvolvimento de projetos de etnoturismo pode contribuir para o fortalecimento e maior visibilidade desses agrupamentos sociais, além ser uma fonte sustentável de geração de renda. No entanto, a literatura aponta limitações desse tipo de intervenção. Assim, o objetivo deste artigo é evidenciar as potencialidades turísticas em territórios de duas comunidades autoidentificadas indígenas no Rio Grande do Norte. É uma pesquisa com enfoque qualitativo que constou de três etapas: visitas às comunidades; observações in loco e registro fotográfico; entrevistas semiestruturadas com lideranças locais. Na Comunidade Mendonça do Amarelão em João Câmara-RN, com cerca de 1.100 pessoas, as atrações etnoturísticas incluem trilha ecológica em lugares como a “pedra das letras” com pinturas rupestres e o ensino do tupi na escola local; além de rituais como a dança do Toré. A Comunidade Caboclos do Assu, no município de Assu-RN, por sua vez, tem em torno de 100 pessoas e as possibilidades em destaque são o açude do riacho, a vegetação nativa e, principalmente, a riqueza nas vidas das pessoas do lugar. Em relação ao potencial para receber grupos, na primeira citada há maior capacidade de infraestrutura e, embora tenham experiência com grupos numerosos, não têm com turistas. Assim, especialmente em Caboclos do Assu requer maior aprofundamento de estudo na perspectiva do turismo sustentável, sendo necessário empenho do poder público e parcerias com organizações não governamentais. |