Avanços na terapêutica da COVID-19 pelo uso de antirretrovirais utilizados no tratamento de vírus da imunodeficiência humana: uma revisão de literatura

Autor: Isadora Bontorin de Souza, Bruna Arese Camara Silva Neto, Ingrid Oliveira Bosenbecker Bauer, Marina Mayumi Laranjeira Caldas Kamei, Gerson Fernandes Mendes Pereira
Rok vydání: 2021
Zdroj: Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis.
DOI: 10.5327/dst-2177-8264-202133p299
Popis: Introdução: A literatura demonstra que pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana coinfectadas pelo SARS-CoV-2 têm uma possibilidade de aproximadamente 66% de desenvolver quadros leves da COVID-19. Uma das hipóteses para esse fato é o efeito protetor da terapia antirretroviral nos pacientes coinfectados. Objetivo: Avaliar a eficácia dos tratamentos antirretrovirais no tratamento da COVID-19. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática de literatura com busca no PubMed utilizando a associação dos descritores “COVID-19” AND “HIV” AND “antiretroviral terapy”. Encontraram-se 264 artigos. Como critérios inclusivos, optou-se por ensaios clínicos, revisões sistemáticas, metanálises, estudos randomizados controlados, publicados na íntegra, no idioma inglês, entre os anos 2020 e 2021. Foram selecionados sete artigos. Resultados: Os estudos demonstram que a combinação de lopinavir/ritonavir com ribavirina e interferon B-1b tem retardado a progressão da COVID-19 e melhorado o prognóstico, sendo o lopinavir elencado como o mais potente inibidor de protease viral. O remdesivir, que já foi aprovado pelas agências de vigilância americana e europeia para o tratamento de pacientes hospitalizados pela COVID-19, tem demonstrado alto potencial terapêutico e redução das taxas de mortalidade. A combinação de tenofovir e emtricitabina tem sido favorável em pacientes com diagnóstico recente, evitando a hospitalização. Os biológicos parecem ser as drogas mais promissoras, pois possuem alta especificidade e sensibilidade, porém precisam ser mais bem estudados. Darunavir apresentou resultado ineficaz contra o SARS-CoV-2. Oseltamivir não possui eficácia comprovada nem in vivo nem in vitro. Os peptídeos inibidores de receptores da enzima conversora de angiotensina apresentaram efeitos antivirais in vivo e in vitro, mas necessitam de maiores comprovações. Conclusão: As terapias antirretrovirais utilizadas no tratamento do vírus da imunodeficiência humana têm sido terapêuticas promissoras para COVID-19. As drogas com maior eficácia comprovada são o remdesivir e a combinação de lopinavir/ ritonavir com ribavirina e interferon B-1b. Outros medicamentos demonstram benefícios, mas precisam de maiores estudos.
Databáze: OpenAIRE