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O objetivo deste artigo é analisar fenômenos encontrados em textos dos gêneros poema e música que retratam a linguagem popular, aproximando-se da fala dos alunos e, a partir desses dados, identificar o que, segundo a norma-padrão, apresentaria desvios gramaticais. A partir das observações dos textos, buscamos identificar como o ensino de português na escola deve abranger as diferentes possibilidades de uso da língua, que contemplam a modalidade culta, a norma-padrão e a variação linguística. Para isso, utilizamos os estudos de Carlos Alberto Faraco (2002; 2008) e Stella Maris Bortoni-Ricardo (2004) como fundamentação do conceito de norma e da metodologia dos Contínuos de Letramento, Monitoração e Estilística. Para contrapor as teorias da Pedagogia da Variação (FARACO, 2008; BORTONI-RICARDO, 2004), apresentamos os conceitos gramaticais dos fenômenos analisados, com base nas gramáticas de Mauro Ferreira (2007) e Evanildo Bechara (2015). Respaldados nas teorias, partimos para a análise dos materiais, que consistem em duas músicas populares e quatro poemas modernistas brasileiros. Observamos como os autores empregam as colocações pronominais, a seleção lexical e as pessoas do discurso, a princípio fora da norma-padrão, mas coerente para os alunos. Dessa forma, criamos o contraste entre norma-padrão e norma culta, apresentando para os estudantes as várias formas de adequação. |