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Este artigo analisa alguns dos impactos sobre o tecido associativo das favelas do Rio de Janeiro após a implementação do programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), em 2008. Destacamos nessa investigação as possibilidades de produção da “crítica” – entendida nos termos de Boltanski (2013) – por moradores das favelas do Batan e do Borel, na zona oeste e norte da cidade, respectivamente. Os dados analisados foram produzidos com base na etnografia de “reuniões comunitárias” organizadas nessas localidades, onde moradores e gestores públicos (civis e militares) se encontram e negociam desde demandas pontuais à gestão cotidiana da vida nessas áreas. Assim, analisamos as situações de aliança, disputa, julgamento e outras formas de controle realizadas no escopo desses encontros. Nessas dinâmicas, refletimos sobre os recursos que são validados e deslegitimados por esses processos, produzindo formas de fala e de silenciamento no contexto de “pacificação” dessas localidades e de suas populações. |