Uso de canabinóides como opção farmacológica e terapêutica ao mal de parkinson: uma revisão de escopo

Autor: André Lopes Lacerda Sales, Alana Lira Pinheiro de Carvalho, Ana Larissa Gonçalves Pereira, Bruna Eduarda Lima da Fonsêca, Caio Vinícius Ferreira da Silva Andrade, Guilherme Thiaro Montenegro de Souza Silva, Juliane Lins Orrico, Letícia Cabral Ventura, Thaís Luiza Oliveira de Holanda, Hugo Rafael Souza e Silva
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Jornal Memorial da Medicina. :16
ISSN: 2674-7103
DOI: 10.37085/jmm.2022.ac.an16
Popis: Introdução O mal de Parkinson é uma doença associada à degeneração de neurônios da substância nigra, local de produção intensa de dopamina. Assim, vide essa desregulação, diversos distúrbios motores se estabelecem, como tremores nas mãos, lentidão de movimentos, rigidez muscular, bradicinesia e desequilíbrio. Também são identificados distúrbios não motores como perda de memória, dificuldade na fala e alterações vinculadas ao ciclo circadiano. Atualmente, a farmacologia utilizada no tratamento antiparkisoniano reduz parcialmente os sintomas, destacando-se, entre elas, a Levodopa (L-DOPA). Ainda que sua utilização proporcione benefícios terapêuticos, também provoca efeitos negativos no organismo, como náuseas, vômitos e hipotensão postural. Nesse sentido, os derivados de canabinóides, essencialmente o canabidiol, possuem destaque como uma alternativa menos sintomática. Objetivos Conduzir uma revisão de escopo sobre a utilização dos canabinóides no tratamento da DP, elucidando seus benefícios e limitações, bem como as projeções terapêuticas da doença. Métodos Foram utilizados os descritores “canabidiol” e “parkinson” nos bancos de dados: Lilacs, Pubmed, Teses, Scielo, Teses USP e Portal de Revistas da USP, visando conduzir esse estudo. Ademais, foram seguidos 5 passos orientadores da elaboração dessa revisão: identificação do problema de pesquisa, identificação dos estudos relevantes, seleção de estudos, coleta de dados e síntese dos resultados. Dos 131 artigos identificados nos bancos de dados, 16 respeitaram os critérios de inclusão aplicados. Resultados O teor dos artigos enfatizou a comparação do uso de canabinóides versus a levodopa, no qual o primeiro apresentou uma resposta menos sintomática. Um ensaio realizado com camundongos apresentou melhoria significativa na porção nigroestriatal e também evidenciou melhorias nos déficits motores induzidos por 6-hidroxidopamina (6-OHDA). Outros estudos evidenciaram benefícios não sintomáticos como diminuição de surtos psicóticos e distúrbios do sono que são os principais sintomas não motores da doença. Conclusão O tratamento com canabinóides possui grande potencial para melhoria dos sintomas da DP, pois está diretamente ligado à diminuição dos sintomas motores, psicóticos e dos distúrbios do sono. Entretanto, ainda é necessário maiores esclarecimentos acerca de sua total efetividade e a necessidade de mais questionamentos sobre mecanismos de ação ainda não completamente compreendidos. Palavras-chaves: Canabidiol, Doença de Parkinson, Tratamento, L-DOPA.
Databáze: OpenAIRE