FEBRE DE LASSA: TERIA ESSA DOENÇA POTENCIAL PANDÊMICO?

Autor: DIEGO OLIVEIRA MAIA, JÚLIA DE HOLLANDA CELESTINO, LORENA AGRA RAMOS, EMANUEL VICTOR DA SILVA LIMA, TATIANA PASCHOALETTE RODRIGUES BACHUR
Rok vydání: 2022
Zdroj: Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line.
Popis: Introdução: A febre de Lassa (FL) é uma infecção hemorrágica causada por um Mammarenavirus – o LASV – vírus de RNA de fita simples da família Arenaviridae. O principal reservatório do LASV é o camundongo Mastomys natalensis, comum no continente africano. A maioria dos casos são assintomáticos, porém a FL pode manifestar-se clinicamente através de febre, mal-estar, tosse, dor no peito, cólicas abdominais, vômitos, diarreia e dor de garganta. Casos graves evoluem com manifestações hemorrágicas e elevada taxa de mortalidade. A transmissão da infecção pode ocorrer por meio do contato com urina, fezes ou saliva do roedor ou mediante contato direto com fluidos corporais de indivíduos infectados ou superfícies contaminadas. Objetivo: Realizar uma levantamento bibliográfico acerca da epidemiologia da febre de Lassa e sua possível capacidade de disseminação global. Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados MEDLINE e EMBASE, por meio dos descritores “lassa fever” e “epidemiology”, combinados pelo operador booleano AND. A partir de critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos, foram selecionados seis artigos para compor este trabalho. Resultados: A FL se apresenta como uma doença endêmica na África Ocidental, com comportamento sazonal, tendo incremento de casos no início e no final do período chuvoso. O primeiro caso de FL foi relatado na Nigéria na década de 1960 causando, desde então, vários surtos nesse país e em países adjacentes, com taxas de mortalidade de até 50%. Contudo, a infecção já foi descrita fora da área endêmica, tendo sido relatados pelo menos 35 casos exportados para países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão, no período de 1969 a 2020, o que tem sido associado às atividades humanas de comércio e migração. Até o momento, apenas um caso de transmissão autóctone em área indene foi relatado em consequência de casos importados da África Ocidental. Conclusão: A febre de Lassa apresenta-se como uma doença endêmica no continente africano, porém com capacidade disseminativa para outras regiões do globo, o que torna necessário que haja maior vigilância epidemiológica para reconhecimento dos casos, especialmente os assintomáticos, que representam a maioria dos acometidos, visto que a doença pode ser transmitida entre indivíduos infectados.
Databáze: OpenAIRE