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O diabetes mellitus é uma das endocrinopatias de maior ocorrência na rotina da clínica médica veterinária e que mais necessitam de um estreito vínculo clínico-tutor e tutor-paciente devido ao seu tratamento e manejo dificultoso. Em cães, essa patologia acomete de 2 a 4 vezes com mais frequência as fêmeas que os machos. Diversos autores afirmam que tal ocorrência deve-se principalmente ao efeito diabetogênico dos hormônios presentes em excesso durante o diestro e a prenhez que conferem ao animal, durante este período, uma resistência insulínica fisiológica. Ao ser associada a outros fatores genéticos e ambientais como obesidade, hipercortisolismo, neoplasias, doenças degenerativas, medicamentos, infecções e inflamações crônicas, podem desenvolver um quadro de diabetes mellitus gestacional (DMG), assim como é observado em humanos. A progesterona e o hormônio de crescimento (GH) liberados em grandes concentrações durante o período gestacional e o diestro, são considerados os principais fatores predisponentes da diabetes mellitus em cadelas. Esses hormônios, por terem efeitos contrarreguladores da insulina, são responsáveis por expor estes animais a uma glicotoxicidade devido a altos índices glicêmicos, provocando uma exaustão das células beta pancreáticas, responsáveis pela produção e liberação da insulina, caracterizando o diabetes mellitus gestacional. Tal condição merece um cuidado maior com manejo e tratamento insulínico afim de reduzir tanto a glicotoxicidade como os riscos no desenvolvimento de um quadro diabético permanente. O diabetes mellitus canino (DMC) traz transtornos imensuráveis à vida não só do paciente que será exposto aos riscos à saúde, mas também do tutor, pois requer cuidados intensivos e acompanhamento contínuo durante toda a vida do animal. Portanto, este trabalho teve o intuito de esclarecer a maior incidência desse acometimento em cadelas e explanar seus mecanismos envolvidos, para que assim possam ser estabelecidos protocolos médicos capazes de igualar o número de fêmeas acometidas ao de machos nessa espécie. Para isso, foi realizado pesquisas bibliográficas em livros, artigos científicos, trabalhos publicados em eventos e trabalhos de conclusão de curso, extraindo destes, as informações mais cabíveis ao tema abordado. |