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Diversos são os impactos ambientais causados por atividades de mineração e beneficiamento de minério de ferro. No caso específico da mineração do Sistema Minas-Rio, localizada no município de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, não há publicações a respeito da influência dessas atividades na qualidade das águas superficiais da região. Ao mesmo tempo, comunidades do entorno demonstram preocupações relacionadas ao comprometimento dos diversos usos dessas águas. Este artigo objetivou analisar o efeito da implantação e operação desse complexo minerário na qualidade das águas superficiais das sub-bacias do entorno, bem como o atendimento dos parâmetros de qualidade da água aos padrões ambientais legais. Foram analisados dados de monitoramento (médias mensais) referentes aos períodos anterior (2006, 2007) e posterior (2010 a 2016) à implantação e operação do empreendimento para os seguintes parâmetros: pH, sólidos dissolvidos totais, sólidos suspensos totais, turbidez, ferro total, manganês total, DBO, chumbo total, mercúrio total e coliformes termotolerantes. O efeito do local (sub-bacias do Córrego Passa Sete, do Ribeirão Folheta e do Rio Santo Antônio) e do período de coleta de amostras (anterior x posterior) foram testados (Testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney). Relações entre as variáveis foram testadas através da correlação de Spearman. Conclui-se que as atividades de implantação e operação do complexo minerário contribuíram para aumentar os níveis de pH, sólidos dissolvidos totais, sólidos suspensos totais, turbidez, ferro total e manganês total nos corpos hídricos do entorno (sub-bacia do Córrego Passa Sete). Os parâmetros turbidez, manganês total, DBO e coliformes termotolerantes mostraram resultados maiores que os limites legais, indicando não adequação da qualidade das águas da região a diversos usos. |