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Resumo O presente artigo tem como objetivo discutir o encarceramento da juventude negra no Brasil. Inicialmente, a partir de um levantamento bibliografico e dos principais indicadores disponiveis, apresenta o panorama de homicidios e encarceramento de jovens negros no pais para, em seguida, problematizar como os mecanismos de seletividade social operam sobre este estrato da populacao com, em especial, recorte etario e racial. Entre os resultados encontrados, sublinha-se que, a identificacao de suposto ‘grupo de risco’, a ampliacao do aprisionamento e o exterminio desses individuos negros, sao reificados socialmente e estao visivelmente imbricados com processo de criminalizacao das camadas populares, moradores em regioes perifericas. Partindo desses pressupostos, a analise elenca pistas reflexivas sobre como a catalogacao social destes homens e mulheres, constituida a priori no inconsciente coletivo impactam nas praticas sistematicas do Sistema de Justica Criminal e de seus operadores tem impactado, decisivamente, em trajetorias de vida e, tambem, nas formas de aplicacao da legislacao penal. Pode-se notar que os dados da populacao prisional mais recente, bem como os indicadores de violencia letal apontam para uma sobrerrepresentacao do publico jovem e negro, o que nos leva a refletir sobre um cenario que tem sido denominado por especialistas como ‘genocidio da juventude negra’ no Brasil, sem que haja uma politica especifica de enfrentamento a essas praticas sistematicas. |