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Tratamos neste ensaio teórico do saber linguístico do falante para além de sua competência linguística, focando especificamente em situações em que os falantes refletem sobre seus usos linguísticos. Baseando-se na nomenclatura empregada por Franchi (2006) e Geraldi (2013), defendemos que é possível encontrar na internet situações em que o falante emprega uma reflexão sobre sua língua de maneira particular, exercendo atividades epilinguísticas, e também situações em que o falante traça uma reflexão mais generalizada sobre questões linguísticas, através de atividades metalinguísticas, mesmo não empregando termos técnicos da área. Essas situações circulam sob diversos gêneros e inclusive alcançam repercussão através de virais, como memes, tuítes e tirinhas, e ilustramos neste trabalho casos assim através de comentários coletados no Twitter. Defendemos que essa sabedoria gramatical deve ser valorizada, tanto em sala de aula quanto no espaço acadêmico. Ilustramos a pertinência desse tipo de texto em práticas de divulgação científica, através de post produzido por uma das autoras. Discutimos também a possibilidade de incluir esses textos em aulas de língua portuguesa, especialmente considerando a etapa de descoberta proposta na metodologia de Lobato (2015). Da mesma forma, afirmamos que a manipulação de propriedades linguísticas por pessoas não especialistas pode ser acolhida em propostas de ciência cidadã, abrindo portas para um fazer científico mais participativo. |