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Objetivo da Pesquisa: O objetivo deste ensaio é realizar uma leitura transversal das obras “Raízes do Brasil” (1995) de Sergio Buarque, “Os donos do poder” (2001) de Raymundo Faoro e “O povo Brasileiro” de Darcy Ribeiro (1995), analisando aspectos teóricos que tangenciem a construção histórica da corrupção dos agentes públicos no Brasil e suas implicações culturais. Resultados: Holanda e Faoro apresentam como motivo da corrupção no Brasil o patrimonialismo, conforme a teoria weberiana. Noutro passo, Darcy Ribeiro apresenta como fundamento para essas práticas a relação entre as elites que, de forma conjunta, sempre trabalharam para manter seus privilégios, expiando o povo brasileiro. Originalidade: Introduzimos ao leitor elementos históricos e culturais a respeito da formação política do país e a sua relação intrínseca com a corrupção, desafiando a tradição weberiana (patrimonialismo) e demonstrando as contradições existentes entre as versões da história propostas originariamente por Sérgio Buarque de Holanda e Raymundo Faoro e a narrativa dissidente construída por Darcy Ribeiro. Contribuições Teóricas: Construímos uma narrativa crítica à tradição weberiana nos estudos nacionais sobre a corrupção. As contribuições propostas neste artigo têm implicações profundas em relação à cultura arraigada nos espaços organizacionais da Administração Pública. Os modos de gestão da coisa pública no país, historicamente, são pautados em três principais eixos que podem ser expandidos em futuras pesquisas: a) herança dos modos portugueses de governo, b) domínio das elites sobre o povo e c) alienação do povo em relação aos assuntos públicos. |