Encefalopatia hepática: etiofisiopatologia e novas perspectivas de tratamento

Autor: Carlos Alexandre Pereira Staico, Maria Eduarda Silvestre Carvalho, Lorena Rodrigues Ruas, João Vitor Gontijo Araujo, Isabela Caldeira de Oliveira, Danielli de Cassia Guedes Ramos, Leonardo Costa Teixeira, Úrsula Vizzoni de Albuquerque, Flavia Drozdz, Thawan Andrelino Nunes Santos
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Development. 8:62801-62815
ISSN: 2525-8761
Popis: Apesar de restrita a pacientes com acometimento hepático diverso, a encefalopatia hepática (EH) é uma complicação temida e prevalente principalmente em pacientes cirróticos - apresentando elevadas taxas de prevalência e recorrência nesse grupo. Esta síndrome é caracterizada por alterações cognitivas decorrentes da intoxicação do sistema nervoso central (SNC) por amônia, quando a mesma não é metabolizada de maneira adequada no fígado. Dessa forma, o processo inflamatório e oxidativo promovido pelo amônia, causa uma disfunção da barreira hematoencefálica, facilitando a neuroinflamação por conta do aumento a produção de neurotoxina e que afeta de forma importante a dinâmica energética cerebral e o funcionamento dos neurotransmissores. A EH é uma síndrome neuropsiquiátrica, tendo em vista a disfunção do SNC como alvo da doença. Cursa, portanto, com alteração de consciência - letargia, coma ou morte, déficit cognitivo, quebra do ciclo sono-vigília, alterações de personalidade, disfunção motora e de coordenação. Além disso, o diagnóstico é fundamental para promover qualidade de vida aos pacientes e suas famílias - considerando a gravidade da doença, a perda das funcionalidades e dos altos custos aos serviços de saúde - e é essencialmente clínico e diferencial – deve-se descartar o comprometimento neurocognitivo como resultado de outras patologias. Como opção principal, existem testes com a capacidade de avaliar a disfunção cognitiva, os quais podem ser úteis em pacientes com cirrose e alteração mental. Em relação ao tratamento, tem-se como principal alvo a redução do nível sérico de amônia e a remoção deste composto no organismo; é comum a combinação do antibiótico rifaximina e dissacarídeos não absorvíveis - como o lactitol e a lactulose - para o manejo terapêutico. Também bastante utilizado, o transplante hepático representa uma alternativa mais eficaz para o tratamento da EH; contudo, tem baixa disponibilidade e é reservado a poucos pacientes. Atualmente, novas perspectivas terapêuticas têm sido estudadas e serão discutidas no presente estudo.
Databáze: OpenAIRE