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Tendo como objetivo refletir sobre o ideário de vigilância e de livre-arbítrio frente às tecnologias digitais nas últimas duas décadas, analisaremos as encruzilhadas de ambivalências sintetizadas no dispositivo Pré-Crime criado em Minority Report, conto de Philip K. Dick publicado em 1956 e adaptado para o cinema por Steven Spielberg em 2002, como uma figuração literária de impasses também capturados conceitualmente em noções como “capitalismo de vigilância” (ZUBOFF, 2019) e “governamentalidade algorítmica” (ROUVROY E BERNS, 2013). Em meio ao labirinto conceitual derivado de um cenário novo e dinâmico, podemos voltar o olhar para a ficção científica à procura de exercícios de imaginação especulativa consistentes que tentem mapear, por meio da construção de universos ficcionais futurísticos alternativos à nossa realidade, alguns dos dilemas que constituem a nossa experiência presente. Assim, leremos o conto Minority Report como uma tradução formal de impasses e uma construção ficcional na qual utopia e distopia podem ser lados da mesma moeda (LARREGUE, WANNYN e DARTIGUES, 2019). |