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Este trabalho tenciona analisar a influência do pensamento de Freud para o desenvolvimento da teoria do trauma (trauma theory), conforme pode ser visto, mais notadamente, nas obras freudianas “Além do princípio do prazer” (1920), na qual Freud estuda um caso de compulsão de repetição a partir da observação de seu próprio neto, e em “Moisés e o monoteísmo” (1939), considerada aqui como uma obra parcialmente autobiográfica e ficcional, uma vez que ficcionaliza o passado judeu e tenta explicar a perseguição nazista que Freud, sua família e a própria psicanálise viriam a vivenciar durante a Segunda Guerra. Pode-se afirmar que o pensamento freudiano ajudou a pautar o entendimento de narrativas de trauma e aqui, especificamente, será estudada a ficção brasileiracontemporânea do trauma de guerra A casa das sete mulheres (2003), de Leticia Wierzchowski. A incidência repetitiva dos traumas que mais a assombram, bem como a tentativa de criar forças para lembrá-los, podem ser vistas como as possíveis razões que levam a protagonista Manuela a escrever sobre os acontecimentos da guerra em seu diário, chamado de “Cadernos de Manuela”. Em conclusão, é possível dizer que os estudos pioneiros de Freud propiciaram uma compreensão melhor do sujeito traumatizado e ampliaram o conhecimento sobre o sujeito contemporâneo, conforme é apresentado recentemente pelos teóricos de trauma.Palavras-chave: Teoria do trauma. Ficção biográfica. Ficção de trauma. Literatura. Psicanálise. |