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Os planetários representam uma alternativa importante para o ensino de Astronomia. No entanto, o acesso a esses e outros espaços de educação não formal carrega as marcas da desigualdade. Considerando que, por muitas vezes, os primeiros contatos de uma criança com um planetário são promovidos por seus professores de Geografia, apresentamos uma análise quantitativa da frequência de licenciandos em Geografia na modalidade EaD da UNIPAMPA aos planetários do RS. A fundamentação teórica da análise é a sociologia de Pierre Bourdieu. Com uma amostra composta predominantemente por moradores de renda baixa dispersos no interior do estado (n = 252), realizamos uma regressão logística a partir da qual foi possível concluir que a chance de um estudante de Geografia ter ido a um planetário não depende do sexo nem da idade, mas da posição da família (1) no espaço das relações de classe e (2) no espaço geográfico do estado. Ainda, a chance deste estudante ter ido a um planetário pode aumentar até 15 vezes em função da renda familiar. Porém, controlando o efeito da renda, é possível perceber que essa mesma chance cai abaixo de 50% entre os que residem a 200 km de distância de um planetário. Com base nessas informações, defendemos a instalação de planetários no interior do RS como forma de reduzir a distância da população à cultura científica. |