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O objetivo deste artigo é levantar algumas reflexões sobre o sujeito da ciência e suas implicações na educação científica, bem como propor uma visão da práxis educacional a partir do conceito de viajar-mundos de María Lugones. De uma revisão documental, algumas críticas ao tema hegemônico da ciência e da ciência androcêntrica são coletadas de epistemologias feministas. Também revisamos a relação entre conhecimento, gênero e ciência sob a perspectiva do feminismo descolonial e estudos sobre a descolonalidade do conhecimento. De uma perspectiva descolonial é possível compreender a inseparabilidade de categorias como raça, classe, gênero e localização geopolítica, entre outras, para a análise do sistema de conhecimento moderno/colonial. Neste sentido, a relação vertical da universidade com a escola e sua conseqüente abordagem da teoria sobre a prática, bem como a divisão hierárquica do conhecimento no sistema educacional, são entendidas como formas de reproduzir as diversas opressões e exclusões do sistema de gênero moderno/colonial. Finalmente, argumenta-se que a luta dos professores para serem reconhecidos como sujeitos epistêmicos é também uma luta pela justiça epistêmica e social, portanto, conceber os professores como viajantes de mundos poderia contribuir para uma práxis para a transformação social na América Latina. Isto requer o estabelecimento de coalizões e colaborações na educação científica através de redes e da criação de mundos para estar com outros. |