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Este artigo visa analisar a produção de sentidos sobre a língua nacional brasileira e seus falantes em prefácios de dicionários regionais. A análise é fundamentada no campo da História das Ideias Linguísticas em conexão com os pressupostos metodológicos da Semântica do Acontecimento e da Análise do Discurso. Para tanto, este artigo seleciona sete dicionários regionais: a Colleção de Vocabulos e frases usados na provincia de S. Pedro do Rio Grande do Sul (1852), de Antonio Coruja; o Vocabulário Sul Rio-Grandense (1898), de Romaguera Corrêa; o Dialeto Caipira (1920), de Amadeu Amaral; o Linguajar Carioca (1922), de Antenor Nascentes; o Dicionário Popular Paraibano (1979), de Horácio de Almeida; o Vocabulário popular cearense (1967), de Raimundo Girão e a Geringonça do Nordeste (1937/1989) de Clementino Câmara. A análise mostra que os dicionários regionais são sustentados na evidência e no equívoco da existência de uma língua homem educado da cidade. Nesse contexto, o regionalismo seria visto como um erro do homem iletrado. Assim, os dicionários regionais atestam a heterogeneidade constitutiva da língua do Brasil. |