PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E OBSTÉTRICO DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO MÉDIO NORTE MATOGROSSENSE / SOCIODEMOGRAPHIC AND OBSTETRIC PROFILE OF WOMEN VICTIMS OF OBSTETRIC VIOLENCE IN THE MIDDLE NORTH MATOGROSSENSE

Autor: Priscila Aguiar Mendes, Maria Clara Pereira Leite, Daniela do Carmo Oliveira Mendes
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Development. 6:77230-77249
ISSN: 2525-8761
Popis: A violencia obstetrica no Brasil configura-se como uma das principais reivindicacoes em busca de uma assistencia ao parto qualificada e humanizada, pois alem de infligir os direitos e o protagonismo de mulheres, pode ser prejudicial a saude do binomio, elevando os indices de morbimortalidade materna-infantil. Objetivou-se descrever o perfil sociodemografico e obstetrico de mulheres vitimas de violencia obstetrica no medio norte Matogrossense. Trata-se de uma pesquisa descritiva e transversal realizada com 60 mulheres vitimas de violencia obstetrica, que vivenciaram o parto em hospitais publicos e privados de janeiro a junho de 2019. Utilizou-se entrevista fechada e a analise estatistica descritiva de variaveis ligadas ao perfil sociodemografico e obstetrico. A maior parte das participantes possuia entre 18 a 24 anos, ensino medio incompleto, de um a tres filhos, eram casadas, do lar e catolicas. A maioria se autodeclarou de cor parda, eram residentes do municipio a mais de um ano, em casa propria, com renda familiar de um a tres salarios minimos. As mulheres foram, majoritariamente, submetidas ao parto cesareo em hospitais conveniados a rede publica de saude e afirmaram que medicos e enfermeiros cometeram a violencia obstetrica. Observou-se a inexistencia de medidas de enfrentamento quanto a violencia sofrida. Entre as participantes, 50% expos inicialmente que nao a sofreram, mas quando questionadas sobre cuidados e procedimentos vivenciados no parto, indicaram a ocorrencia de praticas violentas, inadequadas ou desnecessarias. Outras 30% nao souberam informar se haviam sofrido ou nao a violencia. Alem da alta prevalencia da cesariana, a principal pratica inadequada evidenciada foi a ausencia do acompanhante no parto. E necessario a elaboracao de estrategias de enfrentamento a violencia obstetrica, de sua invisibilidade por mulheres e da soberania medico-hospitalar.
Databáze: OpenAIRE