Imunidade de jurisdição dos Estados: o caminho para relativização

Autor: Luiz Felipe Costa Santana, Vinícius Assis da Silveira, Valesca Raizer Borges Moschen
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Revista de Direito Internacional. 18
ISSN: 2237-1036
2236-997X
DOI: 10.5102/rdi.v18i1.7258
Popis: O objetivo do presente trabalho é fixar as premissas teóricas, legislativas e jurisprudenciais que envolvem o debate sobre a relativização da imunidade de jurisdição dos Estados, partindo da pesquisa de d’Argent e Lesaffre. A imunidade de jurisdição tem fundamento no princípio da soberania, segundo o qual entes de igual hierarquia ficam impedidos de julgarem uns aos outros. Se, por um lado, justifica-se o instituto para a proteção de direitos dos Estados soberanos (dentre eles a igualdade e a independência nacional), por outro, a concessão da imunidade de jurisdição pode ferir direitos fundamentais do indivíduo. Conduziu-se o estudo com base em levantamentos teóricos, legislação e jurisprudência, tanto nacionais quanto internacionais. Parte-se de algumas questões: é possível relativizar as hipóteses de cabimento da imunidade de jurisdição, quando há afronta a direito internacional imperativo? Como o tema vem sendo tratado na doutrina e na jurisprudência internacionais? As respostas caminham no sentido de que, sim, a afronta ao jus cogens enseja o levantamento da imunidade de jurisdição dos Estados. Embora a pesquisa tenha seguido nesse sentido, existe, ainda, forte resistência da jurisprudência em admitir essa tese. Ao final, apresentam-se os desafios que surgem com eventual abertura para a flexibilização, dentre eles, os limites necessários.
Databáze: OpenAIRE