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Introdução: A pica em pacientes com doença renal crônica é um transtorno alimentar pouco estudado e relatado nas publicações científicas, no entanto, sabe-se que é comum nessa população e com prevalência desconhecida. Define-se pica como a ingestão compulsiva por substâncias não nutritivas e admite-se que sua etiologia está relacionada a fatores sociais, culturais, psicológicos, biológicos e comportamentais. Descrição do caso: Tratou-se de um estudo descritivo, na modalidade de relato de caso, com abordagem nutricional e psicológica de paciente com 32 anos de idade, portadora de doença renal crônica, em diálise peritoneal há dez anos. Pela avaliação nutricional, paciente apresenta-se com sinais clínicos de desnutrição, dieta monótona e baixa adesão às orientações dietéticas. Os aspectos psicológicos associados ao tratamento renal foram de depressão, ansiedade com sintomas de despersonalização da imagem corporal e história de abuso psicológico com grave intensidade. Discussão: Embora as causas específicas serem desconhecidas, sugere-se, do ponto de vista nutricional, que a deficiência de micronutrientes como ferro e zinco favorece a ocorrência de pica. Esse transtorno pode ocasionar complicações como alterações em eletrólitos, má absorção de outros nutrientes e desnutrição. Para o enfrentamento dos sintomas psíquicos utiliza-se a pica como alívio para o sofrimento emocional. Conclusão: Os transtornos alimentares são comuns em pacientes renais e a abordagem multiprofissional com propostas preventivas e promotoras de estratégias resilientes e de apoio são fundamentais no tratamento. |