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na segunda metade do seculo XX, ascendeu na Literatura a querela teorica a respeito da morte do autor. Com base em Barthes, viamos declarada a autonomia da escrita, que, segundo ele, nao demandava que uma voz autoral fosse reconhecida nela; ja para Foucault, a morte do autor deixava uma lacuna, que ele, entao, preencheu trazendo o elemento da funcao autoral. Entretanto, Nietzsche ja instigava, no seculo XIX, um abalo nas certezas sobre a figura autoral, atraves do questionamento da nocao de verdade, e postulando a morte de Deus, fato que estimula a pensar na morte dos seres criadores das coisas, dentre eles, o autor. Nessa perspectiva, analisarei o romance O mal de Montano de Enrique Vila-Matas, escritor conhecido justamente por jogar com a autoria, mobilizando realidade e ficcao. A hipotese e de que a narrativa passa pela nocao de morte do autor, mas isso nao basta para a sua analise, sendo preciso que nos fiemos ao criterio da funcao autoral e ao jogo do verdadeiro/nao verdadeiro. |