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A oclusão dentária é definida como parte morfológica integrante de um sistema fisiológico maior, denominado sistema estomatognático, que desempenha importantes funções. As maloclusões, portanto, são definidas como desvios da normalidade das arcadas dentárias, do esqueleto facial ou de ambos, com reflexos variados nas diversas funções do aparelho estomatognático e na aparência dos indivíduos afetados. Além da influência sobre a aparência, os portadores de maloclusões, atualmente vêm recebendo maior atenção na odontologia em saúde coletiva devido ao declínio da experiência de cárie observado nos últimos anos. A maloclusão sendo um agravo à saúde tem que receber maior atenção, uma vez que ocupa a terceira maior prevalência dentre as doenças bucais, sendo inferior apenas à cárie e à doença periodontal, dados da OMS (SILVA-FILHO; FREITAS e CAVASSAN, 1990). Entretanto, vários estudos têm apontado prevalências estratificando as maloclusões em função de seus graus de severidade e das respectivas necessidades de tratamento ortodôntico (FRANÇA et al., 2002; SADAKYIO et al., 2004). O Índice de Estética Dental (DAI), é proposto para levantamentos epidemiológicos em saúde bucal, na 4ª edição do “Oral Health Surveys – basic methods” da OMS em 1997, incluíram novas seções de avaliação clínica como as anomalias dento-faciais, para determinar a necessidade de tratamento ortodôntico e severidade da Maloclusão. O DAI é composto por dez variáveis, entre elas o número de dentes ausentes, apinhamentos e espaçamentos do segmento anterior, presença de diastema, presença de sobressaliência anterior superior e inferior e avaliação da relação ântero-posterior de molares, que recebem ponderações específicas, gerando um escore final, categorizado em quatro situações: sem maloclusão, escore até 25; maloclusão definida, escore entre 26 e 30; maloclusão grave, 28 escore entre 31 e 35; e maloclusão muito grave, escore maior ou igual a 36. Trata-se de um índice bastante utilizado e consolidado na literatura (BARBOSA; PIERINI e GALLO, 2018). A saúde bucal é parte integrante da saúde geral, os programas de saúde bucal deveriam ser vistos como componentes essenciais para os programas de saúde globais e serem os mais completos possíveis. O tratamento de desarmonias esqueléticas e faciais requer a intervenção com a ortodontia corretiva. Quando as maloclusões oferecerem implicações na vida do indivíduo além da estética, como dificuldades de saúde e de inserção social, o problema deve figurar entre as ações de saúde pública. Atualmente, muito negligenciado dentro das políticas de saúde (MOZELLI e NEGRETE, 2015; BARBOSA; PIERINI e GALLO, 2018). |