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A palavra epidemia se relaciona ao prefixo grego epi (sobre/acima) e demos (povo), referindo-se, portanto, a algo tido como acima ou que incide sobre as populações: manifestações contagiosas que ocorrem de modo coletivo. Como a própria etimologia sugere, surtos de doenças são indissociáveis dos povos que afligem, servindo para se pensar tanto sua sujeição ao poder quanto as condições de possibilidade de seu aparecimento. A partir da análise de imagens de arquivo de duas das principais crises sanitárias ocorridas durante o Império e Primeira República - a febre amarela e a gripe espanhola - discorremos sobre o conceito de biopolítica, destacando suas nuances dentro de um contexto do Sul Global e, argumentamos que, mesmo frente ao sofrimento provocado, fotografias ainda nos oferecem mecanismos de nomear injustiças e se opor a enquadramentos higienistas. |