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Este artigo tem como objetivo investigar, a partir da realização de um experimento psicolinguístico, se variáveis como tipo de pergunta (sim/não ou de constituinte) ou tipo de resposta (com deslocamento ou sem) influenciam na aceitabilidade de sentenças do português brasileiro (PB) com sintagmas indefinidos de foco. Consideramos aceitabilidade o nível de adequação da resposta em relação à pergunta dada, a partir da percepção do falante. Assumimos como base teórica para a semântica de perguntas, Hamblin (1973). Já para a semântica de foco, adotamos a proposta de Rooth (1985; 1995), e para os sintagmas indefinidos, Heim (1982; 1991). A pesquisa foi motivada a partir da análise teórica desenvolvida por Rosa-Silva (no prelo). A autora defende que o tipo de pergunta ou estratégias de deslocamento influenciam na aceitabilidade de respostas com foco indefinido. A fim de verificar se estes resultados se confirmam empiricamente, desenvolvemos um experimento psicolinguístico, realizado por meio de um questionário off-line. O experimento teve como objetivo analisar o grau de aceitação de respostas com foco indefinido, tanto deslocado quanto não deslocado, em diálogos com perguntas sim/não e de constituinte. Participaram desta pesquisa 84 indivíduos. Os resultados estatísticos mostraram que a variável pergunta influencia na aceitabilidade do enunciado. Diálogos com pergunta de constituinte receberam mais notas altas, se comparados com pergunta sim/não. A variável deslocamento, por outro lado, não apresentou resultados estatisticamente relevantes que pudessem a considerar preponderante para a aceitabilidade. Entretanto, alguns apontamentos e tendências indicam que, se houver uma amostragem maior, este quadro possa se alterar. |