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Conhecer as características reprodutivas da raça bovina Mirandesa é fundamental para o melhoramento e conservação desta raça de carne, sobretudo pela sua baixa diversidade genética. A depressão por consanguinidade acompanha-se frequentemente de desempenhos individuais e maternais mais fracos, que podem agravar os efeitos ambientais. Neste trabalho utilizaram-se 7386 registos do Livro Genealógico para caracterizar alguns indicadores reprodutivos: a idade ao primeiro parto (AFC), a duração da gestação (PL), o intervalo entre partos (CI), a distribuição partos no ano (CD) e a longevidade produtiva (PLf). Testaram-se ainda efeitos não genéticos na sua expressão, através de métodos não-paramétricos, por não estarem cumpridos os pressupostos de normalidade. A mediana para a AFC aproximou-se dos 32 meses, variando com o sistema de produção, a exploração, e o ano e estação de nascimento. A média de PL (287±8.9 dias) foi afetada pela paridade e sexo da cria. A mediana do CI foi de 378 dias, e variou apenas com o programa de reprodução, paridade, ano e estação. Os partos, irregularmente distribuídos ao longo do ano, mostraram padrões distintos segundo o sistema de produção. A longevidade produtiva desta raça foi de 6,45 anos, e 20% da população apresentou uma PLf superior a dez anos. Este trabalho sugere serem a estratégia do agricultor e a nutrição os principais efeitos não genéticos limitando o desempenho reprodutivo nesta raça, a considerar para aumentar o número de vitelos produzidos anualmente em paralelo com uma cuidada seleção de reprodutores para reduzir o inbreeding da raça. |