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Os moradores de rua ou aquelas pessoas que tiram da rua o seu sustento, assim como os andarilhos, participam da literatura e do imaginário popular pelo menos desde as cidades medievais. Muitas vezes foram tratados como personagens cômicos, que realizam trabalhos subalternos, outras como mendigos através dos quais podemos praticar a caridade e garantir nosso lugar no céu ou ainda como criaturas perigosas, homens criminosos ou monstros assustadores. Nas sociedades contemporâneas parte dessa visão romântica sobre os moradores de rua se perdeu, restando uma perspectiva ambígua que os encara como problemas sociais, ora como vítimas, dignas de caridade, ora como bandidos potenciais, dignos de apanhar ou ir para a cadeia antes mesmo que pratiquem qualquer crime. É sobre os moradores de rua de Belo Horizonte e os agenciamentos através dos quais constroem seus territórios que versa esse artigo. |