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Introdução: A anemia falciforme consiste em um distúrbio hereditário monogênico, caracterizado por lesões endoteliais hemolíticas e crises vaso-oclusivas, sendo a forma mais prevalente dentre as manifestações falciformes. Ao longo da atual pandemia, a associação de tal patologia com a infecção pelo SARS-CoV-2 foi considerada um risco potencial, sobretudo devido à incidência de comprometimento vascular e esplênico. Objetivo: Relatar e comparar as evidências literárias dos impactos fisiopatológicos sistêmicos resultantes da infecção por COVID-19 nos casos de anemia falciforme. Material e métodos: Consiste em uma Revisão de Literatura, sendo encontrados 69 artigos e selecionados 18, correspondentes a Metanálises, Revisões Narrativas e Séries de casos. Buscou-se nas bases de dados PUBMED, LILACS e ScienceDirect. Foram incluídas publicações do ano de 2020, utilizando os descritores “Doença Falciforme” (sickle cell disease), “COVID-19” e “SARS-CoV-2” associados ao operador booleano ‘’AND’’. Artigos com viés e repetidos foram excluídos. Resultados: Observou-se que em função da vulnerabilidade imunológica a qual os pacientes com doença falciforme (DF) estão sujeitos, a COVID-19 pode atuar como gatilho para suscitar complicações potencialmente graves. Em análise, avaliou-se o impacto do vírus em 4 pacientes com anemia falciforme nos EUA, de forma que todos desenvolveram crises de dor aguda, enquanto no Reino Unido, uma série de casos revelou 75% de prevalência para crises vaso-oclusivas (CVO) por infecção viral. Pesquisas brasileiras, por sua vez, demonstraram maior susceptibilidade para os quadros de síndrome torácica aguda (STA) e acometimento discreto para o tromboembolismo pulmonar. Em geral, há uma evolução prognóstica favorável nos quadros de DF isentos de comorbidades, entretanto, são necessárias maiores evidências para comprovação. Conclusão: Os estudos evidenciaram que a infecção por COVID-19 em pacientes com anemia falciforme aumenta o risco de tromboembolismo, STA e CVO. Logo, pacientes com DF e infecção viral por SARS-CoV-2 merecem ser melhor avaliados, necessitando-se, assim, de maiores evidências clínicas elucidativas. |