Adenomiose: aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos e manejo terapêutico

Autor: André Marinho de Andrade Figueira, Cristiana Machado Colares Pinto, Eduarda Andrade Rocha De Oliveira, Francis Henrique Nascimento, José Pedro Lima Marinho De Andrade, Laurita Soares Zica, Lorena Araujo Miranda, Luciana Azevedo Silva Mantovani De Carvalho, Marina Corrêa Affonso, Thaís Possato Fraga
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Development. 9:9676-9690
ISSN: 2525-8761
Popis: A adenomiose é uma condição benigna do útero caracterizada por glândulas endometriais ectópicas, estroma e alterações miometriais hipertróficas e hiperplásicas. Estudos recentes sugerem uma prevalência de 20-35% entre mulheres na menacme. A etiologia da adenomiose ainda não é reconhecida totalmente, porém, existem três teorias etiológicas consideradas mais relevantes, sendo elas: invaginação, metaplasia e ruptura da interface endométrio/miométrio. No que se refere a fisiopatologia da doença, sabe-se que o tecido endometrial normalmente tem a função de produzir prostaglandinas que causam as contrações menstruais. Os focos ectópicos da adenomiose podem aumentar os níveis destas prostaglandinas, o que causa dismenorreia. O estrogênio também pode agravar a doença. Dessa forma, o aumento da vascularização, o aumento da área da superfície endometrial e a produção de moléculas de sinalização celular contribuem para o sangramento menstrual aumentado. Segundo a grande maioria dos estudos atuais, um terço das pacientes que apresentam adenomiose são assintomáticas. Contudo, naquelas pacientes que possuem sintomas, as queixas mais comuns são: menorragia, sangramento uterino anormal, dor pélvica crônica, dismenorreia, dispareunia e infertilidade. O diagnóstico da doença gira em torno de exames de imagem, principalmente a ultrassonografia e, quando necessário, a ressonância nuclear magnética. O tratamento da doença pode ser feito de forma clínica, por intermédio de antiinflamatórios não esteroidais, progestágenos, DIU e agonistas de GnRH. Ademais, o tratamento cirúrgico também pode ser uma opção quando a terapêutica clínica não foi eficiente, podendo ser feito a histerectomia total, uma opção mais invasiva e com a ressalva de que a mulher perde sua fertilidade, ou pode-se optar por opções menos invasivas, como adenomiomectomia, histerectomia parcial, ablação térmica por ultrassom ou embolização da artéria uterina.
Databáze: OpenAIRE