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Introdução: A tomossíntese (DBT) tem sido cada vez mais utilizada para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Estudos demonstram que sua integração pode levar a aumento nas taxas de detecção de cânceres e a menor taxa de reconvocação das pacientes. A biópsia aspirativa a vácuo (BAV) tem sido método de preferência como alternativa à biópsia cirúrgica para o diagnóstico das lesões mamárias, especialmente no caso de microcalcificações. Surgiu então a necessidade de se acessarem as lesões evidenciadas pela DBT, assim como de facilitar a abordagem daquelas evidenciadas na mamografia digital. A associação dos métodos (BAV + DBT) corresponde a fator promissor nas taxas de diagnósticos de câncer nessas lesões. Objetivo: Demonstrar a primeira experiência em casos de BAV guiados por tomossíntese em mesa dedicada (BAV-GTM), em lesões evidenciadas na mamografia. Métodos: Realizaram-se na instituição, de novembro de 2018 a fevereiro de 2019, 197 BAV-GTM. O método de obtenção dos fragmentos foi o mesmo do utilizado nas BAV guiadas por estereotaxia digital em mesa (GEDM). Resultados: Analisaram-se retrospectivamente 197 BAV-GT em 194 pacientes encaminhadas por seus médicos assistentes, com alterações mamográficas categorias 3, 4 e 5 BI-RADS, a saber, massas, microcalcificações, assimetrias ou distorções da arquitetura do parênquima. A idade média das pacientes foi de 54 anos (variando entre 31 e 90 anos). Utilizaram-se, para tais procedimentos, mesa dedicada Affirm Prone Hologic e dispositivos Attec ou Encore, com respectivas agulhas de 9 Gauge. O tempo de procedimento nas BAV-GTM foi menor (8 a 17 minutos - média 12 minutos), quando comparado com as BAV-GEDM (média 22 minutos). Observamos maior facilidade em acessar as áreas mais conspícuas das lesões, além de poder acessar mais facilmente aquelas lesões somente evidenciadas na tomossíntese. Pode-se ainda introduzir o clipe marcador no mesmo corte escolhido para acessar a lesão, possibilitando maior precisão em sua localização. Dispomos ainda do uso do braço lateral para mamas com muito pequena espessura após a compressão, possibilitando a realização do procedimento. Lesões somente identificadas na tomossíntese foram acessadas com maior facilidade. A identificação imediata do número de microcalcificações nos espécimes obtidos foi maior na tomossíntese. Não se observaram maiores complicações do que as habituais. Conclusão: A BAV-GTM tem demonstrado resultados promissores, especialmente nas lesões somente evidenciadas na tomossíntese. Estudos têm demonstrado superioridade do método em relação à BAV-GEDM, sendo ainda esperado que as desvantagens observadas no equipamento acoplado ao mamógrafo sejam superadas com o uso do equipamento em mesa dedicada. |