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A história do Egito Antigo transcendeu seu tempo e espaço e se tornou um conhecimento popularizado na contemporaneidade. Isso não significa, entretanto, que o Egito deixou de ser um enigma para nós. Ainda há muito o que se compreender sobre a história do Egito Antigo e o tema da economia egípcia tem se tornado um importante lugar de debates efervescentes e profícuos no decorrer das últimas décadas. De fato, na História do Egito Antigo, o estudo de elementos que recaem sob a esfera da economia – como, por exemplos, os estudos sobre transporte e comunicação, agricultura, sistema monetário e mercado, trabalho, manufatura – oferece importantes e elucidativas informações acerca das particularidades não somente da economia mas da sociedade egípcia antiga como um todo uma vez que não há como conceber as sociedades do mundo antigo como uma realidade que possa ser concebida apenas pela dimensão do ‘econômico’ distinta do ‘social’ e dos âmbitos da ‘política’ e do ‘cultural’. Não obstante, a economia do Egito antigo ainda permanece uma área de estudo difícil. De acordo com uma historiografia especializada, isso se deve, em primeiro lugar, à existência de algumas divergências entre os estudiosos sobre o recurso ou não às teorias econômicas modernas para se explicar a economia egípcia antiga e, em segundo lugar, em razão da ausência de evidências ou ainda pela dificuldade de interpretação das documentações que, caracteristicamente, segundo alguns autores, são permeadas pelas ausências de determinados dados ou apresentam imprecisões (BLEIBERG, 2007). Dada essas circunstâncias, optamos por abordar a temática da “Economia e sociedade no Egito Faraônico” em termos de uma reflexão teórico‑metodológica, num primeiro momento, e histórica, num segundo momento, de modo que possamos compreender a construção e escrita de uma ‘economia’ considerada ‘egípcia’ na ‘sociedade’ do contexto do Egito ‘Faraônico’. |
