AUTO MEDIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL: UMA REFLEXÃO SOBRE A ADESÃO NUMA CONSULTA ESPECIALIZADA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

Autor: Fontes Oliveira, Bárbara, Pires, Olga, Braga Martins, Marta, M. Costa, Sara, Burmester, Inês, Regadas, Maria João, Oliveira E Silva, António
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
DOI: 10.58043/rphrc.10
Popis: Introdução: A medição da PA em consultório tem sido a pedra basilar no diagnóstico e no seguimento dos doentes hipertensos. No entanto, constitui uma avaliação isolada, que pode não refletir os valores tensionais quotidianos. A Auto-Medição da Pressão Arterial (AMPA), tem vindo a ganhar importância, pois permite obter valores da PA mais reprodutíveis, auxilia no diagnóstico de HTA da bata branca e HTA mascarada, e parece estar associado a uma melhor adesão à terapêutica. Metodologia: Este é um estudo retrospectivo, que visa avaliar a adesão à AMPA, numa amostra de 149 doentes seguidos em consulta externa de HTA de um hospital português, no período de Janeiro de 2017 a Dezembro de 2018. Desde a primeira consulta que todos os doentes são incentivados a monitorizar a PA em ambulatório, é-lhes explicada a sua importância e são instruídos sobre como o fazer de modo adequado. Resultados: Os valores médios de PA em ambulatório foram de 133.1 ± 21.2 mmHg para a PA sistólica e de 76.4 ± 12.1 mmHg para a PA diastólica, comparativamente a valores de PA sistólica média de 138.7 ± 17.2 mmHg e PA diastólica média de 81,4 ± 11,3 mmHg avaliados no consultório. A PA sistólica medida em ambulatório foi, em média, 5.6 mmHg mais baixa que a medida no consultório, e a PA diastólica medida em ambulatório foi, em média, 5 mmHg mais baixa que a medida no consultório, sendo que esta diferença tem significado estatístico (p-value < 0,001). Conclusão: A AMPA proporciona uma oportunidade de monitorizar os valores tensionais de forma mais reprodutível e integrada no que é o dia-a-dia do paciente, permitindo a identificação de doentes com HTA de bata branca e com HTA mascarada. Para além disso, parece melhorar a adesão à terapêutica e contribuir para um melhor controlo tensional.
Revista Portuguesa de Hipertensão e Risco Cardiovascular, N.º 86 (2021): Novembro / Dezembro
Databáze: OpenAIRE