USO INDISCRIMINADO DE ANTIMICROBIANOS E RESISTÊNCIA MICROBIANA EM CRIANÇAS

Autor: Isabelle Teixeira Menezes, ANA PAULA BARBOSA RODRIGUES, GUILHERME AFONSO CUSTÓDIO, MARIANA AKEMY LOPES IUASSE, ANA JÚLIA COSTA MATIAS GOMES
Rok vydání: 2022
Zdroj: Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line.
DOI: 10.51161/ii-conbrai/5965
Popis: Introdução: O uso de antimicrobianos não específicos, em crianças, embora eficazes no combate a muitas bactérias, acabam por destruir outras que também não deveriam, levando à chamada resistência bacteriana. Essa utilização indiscriminada gera repercussões no organismo e, no caso dos antibióticos, na comunidade. Objetivos: Avaliar os riscos individuais e coletivos do uso indiscriminado de antimicrobianos em crianças. Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura integrativa de artigos publicados entre 2012 e 2022 nas bases de dados: sociedade brasileira de pediatria (SBP), Pubmed, Scielo e Lilacs a partir dos descritores: população pediátrica; resistência microbiana e uso indiscriminado de antimicrobianos. Os critérios de inclusão foram: relevância da temática e data de publicação. Resultados: A correlação entre a resistência microbiana e o uso indiscriminado de antibióticos, sobretudo em crianças, constitui-se em um alarmante desafio de saúde pública. No Brasil, observa-se que a automedicação infantil, mediada por seus responsáveis, configura uma prática habitual significativamente presente, estando atrelada principalmente à dificuldade de acesso aos serviços de saúde e à profunda desinformação da população acerca dos potenciais riscos associados ao uso inadequado desses medicamentos. Ressalta-se também que 75% das prescrições médicas de antibióticos são equivocadas, o que demonstra uma conduta médica errônea englobando não apenas o estabelecimento incorreto do diagnóstico, mas também a ausência de um manejo individualizado na seleção do antibiótico. Ademais, salienta-se que o consumo irracional dos agentes antimicrobianos nesse público acarreta em reações adversas sistêmicas, na piora ou prolongamento do curso clínico da doença, na seleção e disseminação de bactérias multirresistentes e no aumento das taxas de morbimortalidade. Conclusão: Com base na literatura, conclui-se que o uso de antimicrobianos, sobretudo em crianças, deve ser usado com responsabilidade, evitando-se o uso desnecessário e a automedicação. Devem ser selecionados os casos com estrita necessidade para o uso dessa classe medicamentosa, a fim de promover um resultado satisfatório e evitando a resistência microbiana na população pediátrica, tendo em vista que o aporte farmacêutico para criação de novos medicamentos é menor do que a capacidade das bactérias em promover resistência a esses fármacos.
Databáze: OpenAIRE