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O abortamento é um evento comum que repercute diretamente no âmbito familiar, social e da saúde. É definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a expulsão ou extração do feto antes de 20 semanas ou pesando menos de 500g e possui características clínicas e histopatológicas bem definidas, passando desde condições benignas até patologias ameaçadoras à vida. Com o objetivo de traçar o perfil dos achados histopatológicos por curetagem uterina por abortamento em uma maternidade do Município de Aracaju, Estado de Sergipe, entre 2015 a 2017, foram analisados um total de 2473 achados. Destes, a grande parte correspondeu a o aborto incompleto (98,83%) e a produtos de concepção (61,91%). Foram encontrados sete casos de mola hidatiforme – quatro de mola incompleta e três de completa. No perfil da população estudada, 91,14% das mulheres não possuíam parceiros e 88,31% eram solteiras. Também foi analisada a taxa de abortamento por dez mil habitantes, chamando atenção o fato de a grande Aracaju concentrar um número cerca de quatro vezes maior que os demais munícipios do estado de Sergipe. Muito se discute sobre os custos elevados da realização de curetagem uterina rotineira com análise histopatológica, visto que o risco de desenvolver doença trofoblástica gestacional é baixo, correspondendo a 0,003% no presente estudo. Apesar de isso ser verdade, quando se comparou o aspecto clínico do abortamento com os achados histopatológicos foi encontrado um p de 0,23, não sendo possível estabelecer com segurança um perfil clínico para condições potencialmente malignas. |