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É objetivo desse estudo discutir o uso de livros didáticos para o ensino de matemática, desde as origens até sua sistematização no período imperial, identificando os principais centros de difusão deste saber. Partiu-se do ensino jesuítico, no Brasil Colônia, chegando à transição do Brasil Império para a Primeira República. A discussão busca fundamentos na ciência da história. Pauta-se no recurso de fontes documentais e da historiografia da área. Conclui-se que, embora os Jesuítas valorizassem as ciências matemáticas, não se ocuparam desse ensino no início da colonização, dado seu objetivo de cristianização dos nativos. Só em fins do século XVI, esse conteúdo figurou nas escolas jesuíticas elementares. Há indicativos do uso dos livros didáticos do jesuíta Inácio Stafford no transcurso do século XVII. A difusão das matemáticas ocorreu a partir do período Joanino, com o surgimento das Academias Militares, nas quais foram utilizados, predominantemente, livros didáticos franceses (de Bernard Florest de Bélidor e Etienne Bézout). Em fins do Império, sob influxo das transformações materiais da sociedade, impôs-se a organização e expansão da educação escolar, sendo a matemática amplamente difundida como conhecimento elementar necessário. Nesse contexto, surgiram os primeiros livros didáticos brasileiros, compilados a partir das obras francesas: caso das obras didáticas de Cristiano Benedito Ottoni, utilizadas no Colégio Pedro II, as quais regraram o ensino de matemática no Brasil. Os livros didáticos publicados em língua pátria consolidaram-se como ferramentas de trabalho dos professores e asseguraram a sistematização do ensino, base imprescindível para a expansão da educação escolar em território brasileiro. |