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A crescente intolerância e violência contra as mulheres em Moçambique desafia-nos a questionar quando e como perdemos os valores éticos presentes em algumas práticas culturais “tradicionais”. Durante o colonialismo histórico, estas práticas foram consideradas barbárie, por isso, deviam ser eliminadas. Atualmente, alguns discursos feministas, dos ativistas dos direitos humanos e das ONG´16s nacionais e internacionais são também apologistas dessa eliminação por considerá-las opressoras para as mulheres. Apesar dessa pressão, estas práticas continuam presentes na sociedade, não só pela sua importância identitária étnica-social, mas também pela complexa dimensão ética que carregam. Neste texto pretendemos ensaiar, a partir da articulação dos valores éticos transmitidos nos ritos de iniciação femininos e masculinos Yao com os escolares, uma sociedade em que as mulheres têm agência e são livres de violência. |
