O USO DOS ANTICORPOS MONOCLONAIS CASIRIVIMABE E IMDEVIMABE NO TRATAMENTO DA COVID-19

Autor: José Odimar dos Santos Júnior, LARA MESQUITA GOMES, ANA CAROLINA CAVALCANTE MENDONÇA, GABRIELA SÃO BERNARDO FERREIRA DE MELO, SILVIA FERNANDES RIBEIRO DA SILVA
Rok vydání: 2022
Zdroj: Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line.
DOI: 10.51161/ii-conbrai/5069
Popis: Introdução: A utilização dos anticorpos monoclonais, como imunoterapia passiva, foi aprovada para uso emergencial em abril de 2021 diante da inexistência de tratamento da COVID-19. Objetivo: Analisar o mecanismo de ação e a eficácia dos anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe no tratamento da COVID-19. Metodologia: Estudo exploratório e transversal realizado a partir da busca ativa de artigos publicados em 2021 nas bases de dados Scielo e Pubmed. Foram selecionados quatro artigos utilizando as palavras-chave: COVID-19, monoclonal antibody, casirivimabe e imdevimabe. Resultados: Os anticorpos casirivimabe e imdevimabe interferem na patogênese viral quando se ligam aos epítopos não sobrepostos do domínio de ligação do receptor (RBD) da proteína Spike do SARS-CoV-2. Como consequência, há um bloqueio da interação do vírus com a célula hospedeira, devido a não ligação da proteína Spike à enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), neutralizando a entrada do vírus na célula. O número de hospitalizações observado foi três vezes maior nos pacientes que utilizaram placebo quando comparado àqueles que tomaram os anticorpos monoclonais. Além disso, houve redução, em até quatro dias, do tempo de resolução dos sintomas da COVID-19 e da frequência de eventos adversos. A redução mais rápida da carga viral foi outro benefício relatado. Porém, devido a possibilidade de mutações na proteína Spike, foi aventado o tratamento da associação do casirivimabe e imdevimabe para evitar a ineficácia da sua utilização em separado. Foi observado que o coquetel desses anticorpos reduziu o risco de hospitalizações e óbitos decorrentes da COVID-19, principalmente no grupo de pacientes que ainda não tinham desenvolvido uma resposta imunológica satisfatória. Conclusão: Os anticorpos casirivimabe e imdevimabe neutralizam a interação entre a proteína Spike e a ACE2. A carga viral, os sintomas, o risco de hospitalizações e óbitos por COVID-19 reduziram nos pacientes tratados. Porém, para evitar o escape do vírus, devido as mutações na proteína Spike, o coquetel desses anticorpos passou a ser utilizado. Estudos são necessários para se avaliar a eficácia do casirivimabe e imdevimabe em separado ou em associação contra a variante Ômicron, que sofreu 30 mutações na proteína Spike, sendo 15 delas no RDB.
Databáze: OpenAIRE