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Este artigo analisa sentidos mobilizados sobre o ser-indigena no ensino superior em redacoes de sujeitos indigenas participantes do Programa de Acesso e Permanencia dos Povos Indigenas (PIN) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Para atingir tal objetivo, foram selecionadas algumas sequencias discursivas de redacoes elaboradas no PIN-UFFS (2016). Situamo-nos na Analise de Discurso (AD) de orientacao francesa, para a qual a lingua e afetada pelo politico, pelo historico, pelo social e pelo ideologico. Ao observar as redacoes de alunos indigenas, inquieta-nos como os sentidos sobre lingua e identidade sao afetados ao necessitarem adequar-se ao lugar do outro, do nao-indigena. Entendemos que isso pode produzir o apagamento dessas linguas indigenas, constituintes de grupos minoritarios, sem discussao da insercao institucional e das consequencias para a formacao dos alunos e dos professores. Os resultados apontam para uma ruptura em relacao a lingua materna do indigena. Ao habitar o lugar considerado do nao-indigena, o indigena sofre um silenciamento de sua lingua e identidade a fim de ser aceito. |