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Este artigo discute a opressão sofrida por mulheres negras, no romance Torto Arado, de Itamar Vieira Jr. Sabe-se que a mulher tem sofrido, ao longo dos anos, violências decorrentes do contexto patriarcal em que vive. No caso da mulher negra, a violência vai além do sexismo: ela sofre discriminação por conta de sua cor e porque quase sempre é pobre. Verifica-se, portanto, a interseccionalidade de gênero, raça e classe. Não encontrando espaço nas conquistas do Feminismo branco e ocidental, a mulher negra parte para uma luta que enegrece esse feminismo e abarca questões específicas relacionadas às violências que sofre. Para a pesquisa, utilizou-se, como aporte teórico, Touraine (2007) e Zinani (2006) para tratar as relações patriarcais; sobre a subalternidade, recorreu-se a Spivak (2012), e sobre a situação específica da mulher negra, a discussão é feita a partir de Kilomba (2019), Carneiro (2003), e Hooks (2019). Nota-se que as mulheres negras de Torto Arado sofrem inúmeras violências, e que cada uma procura, a seu modo, utilizar as armas que possui para construir suas resistências. |