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A gestão da água em cenários de alterações climáticas é uma oportunidade para rever metodologias, criando soluções inovadoras e promotoras de resiliência e sustentabilidade. A concentração de poluentes em massas de água encontra-se associada à integração de variáveis hidrológicas e das origens e características da poluição pontual e difusa. Através de um exemplo concreto aplicado às estradas - uma fonte de poluição difusa - este trabalho pretende alertar para a necessidade de revisitar abordagens da gestão de recursos hídricos. Com base na revisão da literatura e na consulta a especialistas, quatro ferramentas para a previsão de poluentes em escorrências de estradas, estabelecidas nos EUA e na Europa, foram selecionadas e testadas em 22 estradas, de 7 países europeus. Os resultados para as concentrações médias do lugar para os SST, Zn, Cu, Pb e Cd demostraram que nenhuma das ferramentas foi eficaz na previsão das concentrações destes poluentes, exceto para o país onde a dita ferramenta foi calibrada. Mesmo para casos de estudo em regiões ou países com ferramentas de previsão é recomendável a realização de monitorizações periódicas para validação das concentrações. Este exemplo, a experiência dos autores e a revisão da literatura realçam a necessidade de rever expectativas e abordagens de controlo de fontes de poluição, incluindo também a incerteza gerada pelos cenários de alterações climáticas. Ainda há caminho a percorrer para melhorar a gestão de situações críticas, tanto em termos da disponibilidade de informação adequada à tomada de decisão, como à compreensão por parte dos utilizadores dos pressupostos e incertezas destas projeções. A boa comunicação e dinâmica colaborativa entre investigadores, stakeholders e decisores é também fundamental para promover melhorias na gestão de recursos hídricos. Palavras-chave: Poluição difusa; escorrências rodoviárias; ferramentas de previsão; gestão da qualidade da água; alterações climáticas. |
