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A partir da observação de Thomas Pavel de que uma vertente do romance europeu da segunda metade do século XIX teria se oposto ao idealismo moral de Marx e Comte, aproximando-se do pessimismo de Schopenhauer, encontramos um paralelo na história do romance brasileiro entre as décadas de 1960 e 1980, aquilo que nomeamos “giro schopenhaueriano”. Este artigo explicita características do “giro”, a partir da análise de romances de Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Telles, Hilda Hilst e João Gilberto Noll, e faz uma tentativa de explicação desse fenômeno com base no contexto sócio-histórico do país, relacionando a figura do escritor mais autônomo em suas escolhas éticas e estéticas com a dissolução da ideia de literatura nacional e a fragilização da crença na utopia política durante o período examinado. |