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Neste artigo consideramos que o fracasso escolar é um fenômeno persistente que exige análises empíricas e teóricas acerca dos processos de significação envolvidos na dinâmica das interações professor-aluno relacionados com as relações ensino-aprendizagem. Com base na abordagem sociocultural construtivista, o estudo analisa a interação de fatores socioculturais com a participação ativa do indivíduo, destacando a unidade cognição-afeto. Os processos interativos atuam como mobilizadores da construção do conhecimento ao longo de convergências e divergências nas interações, especialmente nas negociações quanto aos objetivos e desenvolvimento de atividades pedagógicas. Duas turmas de segunda série do ensino fundamental foram investigadas, sendo destacados os resultados de análises microgenéticas das interações, que apontaram para crenças e estratégias comunicativas e metacomunicativas que podem favorecer ou dificultar o processo de ensino-aprendizagem. A conclusão aponta para o fato dos processos de significação estarem apoiados na metacomunicação e na unidade cognição-afeto, que direcionam as possibilidades de aprendizagem.School failure consists of a persistent problem in our educational system. This paper aims at contributing to understand the issue by presenting and theoretically discussing empirical data concerning the dynamics of teacher-students interactions. We draw our analysis on a constructivist sociocultural theoretical framework, which stresses the interactions between sociocultural factors and human agency, claiming for the unison, intertwined nature of affect and cognition. Interactive processes lie at the basis of knowledge construction, which takes place along convergent and divergent interaction frames, particularly during negotiations about goals and rules for educational activities. Two second-grade classrooms were investigated, the results of microgenetic analysis being especially highlighted and discussed. We show how communicative and metacommunicative strategies, together with teacher beliefs, may promote or inhibit teaching-learning processes. We conclude by discussing how meaning construction processes are profoundly intermingled with the affective-cognitive dimension of human development, and how it may decisively contribute to learning possibilities. |