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Os esteróides anabólicos androgênicos (EAA) são um grupo de compostos naturais e sintéticos formados a partir da testosterona ou um de seus derivados, cuja indicação terapêutica clássica está associada a situações de hipogonadismo e quadros de deficiência do metabolismo protéico. Atuando sobre os receptores androgênicos, modulam de forma indissociável tanto os efeitos androgênicos como os anabólicos. Tais substâncias variam na relação entre a atividade anabólica: androgênica, mas nenhum fármaco atualmente disponível é capaz de desencadear somente efeitos anabólicos. O primeiro relato da utilização dos EAA com o objetivo de melhorar o desempenho atlético ocorreu em 1954, na Áustria, e, desde então, esta prática tornou-se amplamente difundida. Obviamente, o uso de EAA está fora dos limites competitivos e foi declarado ilegal pelos setores governamentais desportivos nacionais e internacionais. Entretanto, segundo estatísticas do Comitê Olímpico Internacional, realizadas em 2000, os EAA são o grupo de substâncias ergogênicas mais comumente utilizadas no processo de doping. Estudos mostram que altas doses de EAA podem acarretar vários efeitos adversos como atrofia do tecido testicular, tumores hepáticos e de próstata, alterações hepatocelulares, no metabolismo lipídico, de humor e de comportamento. O objetivo do presente trabalho será compilar os dados a respeito dos EAA, envolvendo as perspectivas históricas acerca do tema, a fisiologia e os tipos de EAA atualmente existentes, suas indicações terapêuticas e efeitos adversos resultantes do uso indiscriminado bem como a relação entre o uso de EAA e melhora da performance atlética.Anabolic androgenic steroids (AAS) are a group of natural and synthetic agents formed from testosterone or one of its derivatives, whose classical therapeutic indications are associated to hipogonadism and deficiency of proteic metabolism. Acting on androgenic receptors, they modulate both the androgenic and anabolic effects. These substances vary in their ratio of anabolic:androgenic activity, but to date there is no substance that completely separates these effects, promoting only the anabolic ones. The first recorded use of AAS to improve the athletic performance occurred in 1954, in Austria, and since then this practice became widespread. Obviously, the use of AAS is out of the competitive limits, and was declared illegal by the national and international sportive governmental sectors. However, according to statistics of the International Olympic Committee, carried out in 2000, the AAS are the group of ergogenic aids most commonly used in the doping process. Studies show that supra-physiological doses of AAS can cause many adverse effects, such as atrophy of testicular tissue, hepatic and prostatic tumors, hepatocellular damage and alterations on the lipidic metabolism, on the humor and on the behavior. The aim of the present study is to compile the data regarding the AAS, involving their historical perspectives, the physiology of AAS and the existing AAS types, their therapeutic indications and the side effects resultant of the abuse of these substances and the relation between the use of AAS and the improvement of athletic performance |