Soroprevalência, epidemiologia e avaliação ocular da toxoplasmose humana na zona rural de Jaguapitã (Paraná), Brasil

Autor: Garcia João Luis, Navarro Italmar Teodorico, Ogawa Liza, Oliveira Rosângela Claret de, Kobilka Edmundo
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 1999
Předmět:
Zdroj: Revista Panamericana de Salud Pública, Vol 6, Iss 3, Pp 157-163 (1999)
ISSN: 1020-4989
Popis: A toxoplasmose é uma protozoonose de distribuição mundial, que pode infectar uma grande variedade de espécies. No presente estudo, avaliou-se a presença de toxoplasmose em 345 moradores da zona rural do Município de Jaguapitã, Estado do Paraná, Brasil. A freqüência dos títulos nas amostras de soro humano foi comparada com a freqüência dos títulos encontrados em 1 420 amostras de diversas espécies animais com as quais os moradores da região tinham contato. A prevalência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii foi de 66% entre a população do estudo (reação de imunofluorescência indireta). Foram considerados positivos os títulos maiores ou iguais a 16. O maior título encontrado foi de 65 536 (1%) e os títulos mais freqüentes foram de 256 (29%) e 1024 (19%). A comparação entre seres humanos e animais revelou uma correlação positiva e significativa entre a distribuição dos títulos de anticorpos de humanos e felinos (r = 0,78; P = 0,01) e de humanos e caninos (r = 0,64; P= 0,05). Os participantes do estudo foram também testados pela tela de Amsler, sendo que 22% deles (75/345) relataram algum tipo de alteração ocular; destas pessoas, 77% (58/75) foram sororreagentes à toxoplasmose. Quarenta e uma das 58 pessoas foram encaminhadas para exame oftálmico de fundo de olho. Neste grupo, 22% dos pacientes (9/41) apresentaram lesões características de coriorretinite cicatrizada, sugestivas de toxoplasmose ocular (idade entre 34 e 78 anos). Nenhum paciente apresentou processo inflamatório. Dentre seis pacientes (67%) com lesões unilaterais, quatro apresentaram título de anticorpos de 256. O inquérito epidemiológico revelou que os indivíduos sororreagentes tinham 2,06 vezes mais possibilidades de apresentarem problemas oculares do que os não reagentes. Neste sentido, não foram verificadas diferenças significativas com relação a sexo, contato com animais, consumo de carne crua ou mal passada e leite cru e abate de animais para consumo próprio. Os resultados sugerem que a toxoplasmose está amplamente distribuída na região, com significativa incidência de lesões oculares provocadas pelo Toxoplasma gondii. É recomendável um maior controle por parte das autoridades sanitárias, visando diminuir o risco de infeção toxoplásmica, principalmente entre gestantes.
Databáze: OpenAIRE