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O artigo analisa como discursos e ações contrários aos direitos das mulheres e de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros (LGBT) contribuíram para o fortalecimento da extrema direita no Brasil. A contextualização das disputas relativas a gênero e sexualidade no país nas últimas décadas indica que essas questões estiveram no centro da política brasileira em diferentes momentos, como nas eleições de 2010; na ofensiva religiosa na Câmara dos Deputados contra o chamado “kit gay” em 2011; na articulação para a retirada das palavras “gênero” e “orientação sexual” do Plano Nacional de Educação em 2014; na misoginia presente no processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff etc. Nesses momentos, atores políticos conservadores venceram as disputas e se fortaleceram no campo político. A ofensiva conservadora-religiosa teve o protagonismo de políticos evangélicos e católicos, entre eles o atual presidente Jair Bolsonaro, que se aproveitou de algumas questões polêmicas para impulsionar sua carreira política. |