Pacientes oligúricos hemodinamicamente estáveis geralmente não respondem ao desafio hídrico

Autor: Vinicius Brenner Felice, Thiago Costa Lisboa, Lucas Vieira de Souza, Luana Canevese Sell, Gilberto Friedman
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Volume: 32, Issue: 4, Pages: 564-570, Published: 13 JAN 2021
Revista Brasileira de Terapia Intensiva v.32 n.4 2020
Revista brasileira de terapia intensiva
Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)
instacron:AMIB
Revista Brasileira de Terapia Intensiva
Popis: RESUMO Objetivo: Avaliar a responsividade renal após desafio hídrico em pacientes oligúricos na unidade de terapia intensiva. Método: Conduzimos um estudo observacional prospectivo em uma unidade de terapia intensiva universitária. Pacientes com débito urinário inferior a 0,5mL/kg/hora por 3 horas, com pressão arterial média acima de 60mmHg receberam um desafio hídrico. Examinamos a responsividade renal aos fluidos (definida como débito urinário acima de 0,5mL/kg/hora por 3 horas) após o desafio hídrico. Resultados: Avaliaram-se 42 pacientes (idade 67 ± 13 anos; APACHE II 16 ± 6). As características dos pacientes foram similares entre os respondedores e os não respondedores renais. Treze pacientes (31%) foram respondedores renais. Antes do desafio hídrico, os parâmetros hemodinâmicos e de perfusão não foram diferentes entre os pacientes que apresentaram aumento do débito urinário e os que não apresentaram. Calcularam-se as áreas sob a curva receiver operating characteristic para os níveis pré-desafio hídrico de pressão arterial média, frequência cardíaca, creatinina, ureia, depuração de creatinina, proporção ureia/creatinina e lactato. Nenhum desses parâmetros foi sensível ou suficientemente específico para predizer a reversão da oligúria. Conclusão: Após obtenção de estabilidade hemodinâmica, os pacientes oligúricos não alcançaram aumento do débito urinário em resposta ao desafio hídrico. Os parâmetros de hemodinâmica sistêmica, perfusão ou renais foram preditores fracos de responsividade urinária. Nossos resultados sugerem que a reposição de volume com objetivo de corrigir oligúria em pacientes sem hipovolemia óbvia deve ser realizada com cautela. ABSTRACT Objective: To evaluate renal responsiveness in oliguric critically ill patients after a fluid challenge. Methods: We conducted a prospective observational study in one university intensive care unit. Patients with urine output < 0.5mL/kg/h for 3 hours with a mean arterial pressure > 60mmHg received a fluid challenge. We examined renal fluid responsiveness (defined as urine output > 0.5mL/kg/h for 3 hours) after fluid challenge. Results: Forty-two patients (age 67 ± 13 years; APACHE II score 16 ± 6) were evaluated. Patient characteristics were similar between renal responders and renal nonresponders. Thirteen patients (31%) were renal responders. Hemodynamic or perfusion parameters were not different between those who did and those who did not increase urine output before the fluid challenge. The areas under the receiver operating characteristic curves were calculated for mean arterial pressure, heart rate, creatinine, urea, creatinine clearance, urea/creatinine ratio and lactate before the fluid challenge. None of these parameters were sensitive or specific enough to predict reversal of oliguria. Conclusion: After achieving hemodynamic stability, oliguric patients did not increase urine output after a fluid challenge. Systemic hemodynamic, perfusion or renal parameters were weak predictors of urine responsiveness. Our results suggest that volume replacement to correct oliguria in patients without obvious hypovolemia should be done with caution.
Databáze: OpenAIRE