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Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais – Especialização em Estudos Europeus A população Suíça desenvolveu uma atitude céptica face à União Europeia desde o início do projecto de integração europeia. Este eurocepticismo encontra-se, a nosso ver, fortemente fundamentado por características inerentes à sociedade helvética e à própria identidade nacional Suíça. Fruto da diversidade cultural que caracteriza a Suíça, a população desenvolveu uma identidade nacional suportada por instrumentos de acção política e cívica, garantindo a unidade e a cooperação das diversas comunidades integrantes da Confederação Helvética. Estes instrumentos – a neutralidade, o federalismo, a democracia directa e a própria soberania - foram e continuam a ser promotores de uma vivência democrática e profícua, fomentando a defesa dos ideais que unem a população Suíça enquanto nação. Encarando a adesão à União Europeia como um acontecimento que limitaria e prejudicaria a manutenção destes elementos identitários, a população Suíça desenvolveu um sentido de cepticismo como forma de protecção à sua identidade e aos elementos-base que caracterizam o seu Estado-Nação. O eurocepticismo é, assim, uma forma de defesa da especificidade do sistema político Suíço, e que a população entende incompatível face às exigências da organização europeia. |