Popis: |
RESUMO - A definição e medição da produção são questões centrais para a administração hospitalar. A produção hospitalar, quando se consideram os casos tratados, baseia-se em dois aspectos: a definição de sistemas de classificação de doentes como metodologia para identificar produtos e a criação de índices de casemix para se compararem esses mesmos produtos. Para a sua definição e implementação podem ser consideradas características relacionadas com a complexidade dos casos (atributo da oferta) ou com a sua gravidade (atributo da procura), ou ainda características mistas. Por sua vez, a análise do perfil e da política de admissões dos hospitais adquire um maior relevo no contexto de novas experiências previstas e em curso no SNS e da renovada necessidade de avaliação e regulação que daí decorrem. Neste estudo pretendeu-se discutir a metodologia para apuramento do índice de casemix dos hospitais, introduzindo- se a gravidade dos casos tratados como atributo relevante para a sua concretização. Assim, foi analisada uma amostra de 950 443 casos presentes na base de dados dos resumos de alta em 2002, tendo- -se dado particular atenção aos 31 hospitais posteriormente constituídos como SA. Foram considerados três índices de casemix: índice de complexidade (a partir do peso relativo dos DRGs), índice de gravidade (a partir da escala de mortalidade esperada do disease staging recalibrada para Portugal) e índice conjunto (média dos dois anteriores). Verificou-se que a análise do índice de complexidade, de gravidade e conjunto dá informações distintas sobre o perfil de admissões dos hospitais considerados. Os índices de complexidade e de gravidade mostram associações distintas às características dos hospitais e dos doentes tratados. Para além disso, existe uma diferença clara entre os casos com tratamento médico e cirúrgico. No entanto, para a globalidade dos hospitais analisados observou-se que os hospitais que tratam os casos mais graves tratam igualmente os mais complexos, tendo-se ainda identificado alguns hospitais em que tal não se verifica e, quando possível, apontado eventuais razões para esse comportamento. ABSTRACT - Considering treated cases as hospital output, it is pointed out that both patient classification systems and casemix indexes are useful tools for its measurement. Taking also into account that there are characteristics related with the supply, namely the complexity of the cases, and others focused on the demand, such as the severity of illness, it is stressed out that hospital output measurement should consider these two aspects. The purpose of this study is to discuss the methodology for casemix index definition, considering both the complexity and severity of the admissions. The hospital’s administrative database of 2002 was used. The population consisted of 950 443 cases, focusing on the admissions to the 31 hospitals which were later «corporatized». Three casemix indexes were built: complexity index (from DRGs relative weights), severity index (from the mortality scale of disease staging, recalibrated to Portuguese data) and a composite index (the average of the two). The results show different hospital behaviour from the three casemix indexes (complexity, severity or composite). The correlation between complexity and severity indexes is also different to the characteristics of the hospitals and the patients. Moreover, medical and surgical cases show a clearly different pattern. However, hospitals which treat more complex patients also tend to treat more severe ones. Finally, some hospitals with different complexity/severity ratio were identified and, when possible, some reasons for that behaviour were presented. info:eu-repo/semantics/publishedVersion |