O concelho de Santa Cruz das Flores (1890-1920) : entre a estagnação e o progresso

Autor: Vieira, Luís Filipe Nóia Gomes
Přispěvatelé: Cordeiro, Carlos Alberto da Costa
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2013
Předmět:
Zdroj: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC)-FCT-Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
Popis: Mestrado em Património, Museologia e Desenvolvimento. O trabalho teve como ponto de partida a análise da vivência de uma pequena comunidade insular, que se debatia entre a estagnação e o progresso. A sobrevivência era conseguida de forma difícil e sofrida. A economia de subsistência baseada na agricultura só em anos de abundância garantia o alimento da população. Ao longo do séc. XIX a produção cerealífera alterou-se: o trigo foi sendo substituído pelo milho, cereal que garantia maiores produções por ser mais consentâneo com o clima local. Papel relevante na subsistência tinha a batata, quer a batata inglesa, nas Flores conhecida por batata branca, quer a batata-doce. As leguminosas como o feijão e a fava eram cultivadas para abastecimento próprio. O inhame foi o garante da sobrevivência de muita gente. A pecuária foi o outro grande pilar da economia. Criavam-se preferencialmente três espécies de gado: o bovino, o suíno e o ovino. Os primeiros dirigidos ao consumo alimentar; o último fornecia a lã usada no vestuário. A aposta na produção bovina deu-se a partir do último terço do séc. XIX, com a exportação de manteiga e gado para Lisboa. A pesca foi uma actividade de pouco impacto na vida da comunidade. Os recursos eram insuficientes para todos, a emigração foi a alternativa. Nas Flores, em 1890, já ninguém emigrava para o Brasil, todos iam para os EUA. As mulheres fizeram-no em maior número do que os homens. Estes já haviam partido anteriormente. Se de início houve retorno, com o passar do tempo ele desapareceu. Era muito grande a falta de estradas. As deslocações eram mais fáceis por via marítima do que por terra. As ligações marítimas ao exterior limitavam-se a uma visita mensal do navio que transportava carga e passageiros. A prática musical nas sociedades filarmónicas, o teatro e os bailes formavam o conjunto das diversões profanas. As festas religiosas e as procissões eram momentos de grande sociabilidade e de manifestação de fé. A festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da paróquia, junto com a festa em louvor do Divino Espírito Santo atingiam a magnificência possível. SUMMARY: The work had as its starting point the analysis of the experience of a small island community that struggled between stagnation and progress. Survival was achieved in a difficult and painful way. The subsistence economy based on agriculture, only in years of plenty, guaranteed the food security of the population. Throughout the century XIX cereal production has changed: the wheat was being replaced by corn, cereal that guarantees higher yields to be more consistent with the local climate. Potatoes had a very important role in subsistence, either was the English potato known in Flores was white potato, and the sweet potatoes. Legumes such as beans and fava beans were cultivated only for its own supply. The yam was the guarantor of the survival of many people. Cattle breeding was the other great pillar of the economy. Created preferentially three cattle species: the bovine, pig and sheep. The first use to food consumption, the last provided the wool used in clothing. The focus on beef production took place from the last third of the century, with the export of butter and cattle to Lisbon. The fishing was an activity of little impact in the community. The resources were insufficient for all, emigration was the alternative. In Flores, in 1890, nobody emigrated to Brazil, all went to the USA. The women did so in greater numbers than men. They had gone before. At the beginning the people use to return, after the sometime later, the return disappeared. At this time the island had a very big lack of roads. The travel was easier by sea than by land. Maritime links to the outside were limited to a monthly visit of the ship carrying cargo and passengers. The practice of music, philharmonic societies, theater and dancing formed the amusement of all profane. Religious festivals and processions were moments of great sociability and expressions of faith. The feast of Our Lady of Conception, patroness of the parish, along with the party in honour of the Holy Spirit reached the magnificence possible.
Databáze: OpenAIRE